A vez dos modelos plus size masculinos

Depois de as mulheres entrarem nas passarelas, os corpos gordinhos dos homens começam também a ganhar espaço — e um outro tabu se vai

Seis em cada dez adultos hoje no Brasil estão acima do peso — e as estatísticas mostram que o número deve crescer. Entre as mulheres, essa prevalência, que sempre foi tratada com desconforto, deixou de ser vista como tabu, ao menos no universo da moda .

Corpos avolumados com manequins acima da etiqueta 44 fazem sucesso, como ocorre com as americanas Tess Holliday e Ashley Graham, que ganham milhões de dólares exibindo roupas charmosíssimas.

Há também na ribalta a brasileira Fluvia Lacerda — que já foi chamada de Gisele Bündchen do tamanho grande. E, no entanto, os corpos masculinos gordinhos só agora começaram a desfilar nas passarelas.

É uma pequena grande revolução, e convém acompanhá-la.

um dos mais vistosos acenos à novidade veio pelas mãos de Rihanna, ícone da música pop que nos últimos anos tem deixado a indústria fonográfica de lado para dedicar-se ao lançamento de itens de vestuário e maquiagem . No início do mês, sua coleção, peças de baixo e pijama, a Savage X Fenty, trouxe como figura principal na ala dos rapazes o americano Steve G, com manequim 52.

A internet ficou em polvorosa com a imagem do garotão sem camisa: as compras on-line explodiram e os itens esgotaram-se. A divisão brasileira da Calvin Klein, pela primeira vez, abriu espaço nas rede para as fotos de um modelo plus size masculino que usava única e simplesmente cueca de marca, um par de meias e nada mais- mas com toda silhueta à amostra. “A moda está cada vez mais distante do estereótipo de padrões inacessíveis , longilíneos e magros , e não podíamos ser diferentes a isso”.

O movimento de corpo é global. A organização da semana de moda de Nova York, uma das mais influentes, lançou neste ano um programa de treinamento virtual para incentivar profissionais do corte e costura a arregimentar modelos com o corpo fora do padrões convencionais.

Entre os palestrantes está o americano Zach Miko, o mais conhecido modelo “plus” dos Estados Unidos. No seu portfólio há uma colaboração com a grife japonesa de vestuário Uniqlo e trabalhos com marcas como Levi’s e a rede de departamento de luxo Nordstrom.

O rapaz de 31 anos é agenciado pela IMG Models, uma das maiores do planeta, com estrelas em seu book como Gigi Hadid e Kate Moss.

No Brasil, a agência Mega Model, de São Paulo, que já revelou tops como Isabeli Fontana e Renata Kuerten, tem agora uma estrela plus size. É o engenheiro Léo Gonçalves, de 35 anos.

A parceria existe há dois anos, mas só começou a engrenar em 2020, com convites para campanhas em lojas nacionais. “Em dois ou três anos ele deve ser o nome mais destacado de modelos com seu perfil no país ” Diz Thiago Staudth, da divisão masculina da agência. É um outro preconceito que comça a ser vencido.

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