A Polícia Civil do Rio Grande do Sul anunciou, em coletiva na noite deste domingo (14), que o prejuízo das 370 vítimas no esquema liderado pelo influenciador e comediante Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, ultrapassa a casa de R$ 5 milhões. Nego Di foi preso preventivamente na manhã deste domingo, em uma casa de alto padrão em um condomínio na Praia de Jurerê Internacional, em Santa Catarina.
Na sexta-feira (12), Nego Di e sua esposa, Gabriela Sousa, foram alvos de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra lavagem de cerca de R$ 2 milhões em rifas virtuais promovidas nas redes sociais. Gabriela foi presa em flagrante na sexta-feira, após os agentes encontrarem uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas, sem registro, em sua posse.
De acordo com as investigações, Nego Di vendia produtos, incluindo TVs, ar-condicionado e celulares, a preços abaixo do mercado, mas não entregava os itens. Nas redes sociais, ele afirmava ter sido contratado por Anderson Boneti, que está foragido, apenas para divulgar os produtos, embora em postagens afirmasse ser o dono e garantisse a entrega.
Uma das vítimas do golpe, que perdeu R$ 30 mil ao comprar dois celulares e alguns ar-condicionados, contou à CNN que Nego Di inicialmente entregou alguns produtos em 2022 para dar veracidade ao golpe. Posteriormente, ele anunciou a criação de uma loja virtual com preços baixos, prometendo prazos de entrega de 50 dias. A polícia acredita que o prazo foi uma estratégia para atrair mais vítimas.
Com a procura das vítimas, a polícia quebrou o sigilo bancário de Nego Di, descobrindo que ele recebeu mais de R$ 300 mil em um curto período, confirmando o dolo de estelionato. A prisão preventiva de Anderson Boneti foi decretada, mas ele permanece foragido.
Após ser preso em Santa Catarina, Nego Di passou por audiência de custódia e foi levado para o Palácio da Polícia Civil em Porto Alegre. Ele deve ser encaminhado à Penitenciária de Canoas (Pecan) ainda hoje.
A defesa de Nego Di informou que irá entrar com um pedido de habeas corpus, solicitando que ele responda o processo em liberdade, alegando que ele tem endereço fixo.
Redação AM POST