O obstetra Armando Andrade Araújo faleceu, na quarta-feira (29), segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM), por insuficiência respiratória. O médico era acusado de cobrar R$ 2 mil de uma paciente para a realização de um parto em um hospital público de Manaus, em 2012. Ele também foi denunciado por um caso de violência obstétrica, em 2018, quando um vídeo gravado dentro da maternidade Balbina Mestrinho mostrou o médico xingando e agredindo fisicamente uma mulher em trabalho de parto.
O primeiro caso denunciado pela vítima ocorreu em 2012 e o processo começou a tramitar em 2014. O atendimento à paciente teve início no Instituto da Mulher, onde ela chegou no dia 8 de março de 2012, mas, como o plantão do médico Armando Andrade estava acabando, ele pediu para a vítima ir para casa e comparecer na maternidade Chapot Prevost às 7h da manhã seguinte.
O parto só foi feito no dia 9 de março. Na ocasião, o médico cobrou R$ 2 mil da paciente, para a realização do parto, na maternidade pública. O processo foi julgado em julho de 2019, na 1ª Vara Criminal da Comarca de Manaus. Durante uma audiência, o marido da vítima afirmou que chegou a entregar o dinheiro ao médico. Armando, contudo, disse ter solicitado o dinheiro, mas alegou que não chegou a receber o pagamento.
O defensor público Theo Eduardo Ribeiro Costa, que atuou no processo, pediu a manutenção da medida cautelar que impede que o médico exerça suas funções profissionais até o trânsito em julgado, a aplicação da perda da função pública de médico como efeito da sentença, a indenização de danos morais para a vítima no valor de R$ 60 mil.
O médico recorreu da decisão, em 2ª instância, com um recurso de apelação e outro de embargos de declaração. Com a apelação, ele conseguiu a redução da pena que era de três anos e três meses, para dois anos. Apesar da redução de pena, a Justiça manteve a pena de perda de função pública.
Armando também foi personagem de um caso de violência obstétrica. Um vídeo gravado dentro da maternidade Balbina Mestrinho, mostra o momento em que médico xinga e agride fisicamente uma adolescente em trabalho de parto. Na época, a Polícia Civil afirmou que o médico cometeu crime de injúria e vias de fato.
O registro foi feito em 2018, segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam). Na ocasião, Armando trata a mulher de forma agressiva. Em certo ponto, ele chega a bater nas coxas da paciente. Em seguida, uma familiar da vítima se pronuncia e afirma que vai denunciar o caso. Irritado, o médico grita para que a família o denuncie.
De acordo com o CRM, o médico faleceu na última quarta-feira (29), por insuficiência respiratória. O Conselho divulgou, ainda, uma nota de pesar lamentando a morte do médico Armando Andrade Araújo.
“Com os sentimentos de solidariedade à família, e aos amigos do médico, o CREMAM informa que o velório está ocorrendo na Funerária Recanto da Paz Unidade Ponte (Av. Coronel Cyrillo Neves, 7, Santo Agostinho). E o enterro será no Cemitério Recanto da Paz/Iranduba, com cortejo a partir das 10h. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas lamenta a perda do médico Armando Andrade Araújo”, informou o Conselho.
Fonte: G1 Amazonas