O debate sobre o fim da jornada de trabalho de 6 dias seguidos por 1 de descanso, conhecido como escala 6×1, ganhou grande repercussão neste domingo (10), liderando as discussões na rede social X, antiga Twitter. A questão foi levantada pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pela deputada Érica Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados, que busca extinguir essa modalidade de jornada, considerada por muitos como exaustiva e limitante para a qualidade de vida dos trabalhadores.
A deputada Érica Hilton tem se mobilizado ativamente nas redes sociais, buscando apoio de outros parlamentares para oficializar a PEC. Para que a proposta seja apresentada, são necessárias 171 assinaturas, e, até o momento, Hilton já conquistou metade dos apoios necessários. Ela descreve a escala 6×1 como “desumana”, argumentando que ela impede que os trabalhadores aproveitem tempo com suas famílias, invistam em lazer, cuidem da saúde mental e física, busquem qualificação profissional ou explorem novas oportunidades de trabalho.
A proposta é impulsionada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), que conta com o apoio de Érica Hilton. O movimento já alcançou uma adesão significativa, com 1,3 milhão de assinaturas em uma petição online em defesa da mudança. Para os integrantes do movimento, a escala 6×1 representa uma limitação à dignidade do trabalhador e não condiz com as necessidades atuais de qualidade de vida e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Atualmente, tanto a Constituição quanto a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelecem que a jornada de trabalho não deve ultrapassar oito horas diárias e 44 horas semanais. Além disso, a legislação permite a compensação de horários e a redução de jornada, desde que haja acordo ou convenção coletiva de trabalho. No entanto, a escala 6×1 permanece uma prática comum em diversos setores, especialmente naqueles que exigem atendimento contínuo, como o comércio e a indústria.